sábado, 20 de julho de 2013

Podemos confiar que haverá segurança para o Papa e para as suas ovelhas na Jornada Mundial da Juventude?

Teologia
por Austri Junior



Estamos às vésperas de um grande evento religioso que acontecerá na semana que vem no Rio de janeiro, a "Jornada Mundial da Juventude". Milhares de peregrinos católicos apostólicos romanos, entre eles, a maioria jovens, é claro, pois esse é um evento direcionado aos jovens cristãos católicos e não católicos do mundo inteiro. Quando digo "não católicos" não estou me referindo aos jovens cristãos protestantes e muito menos aos jovens cristãos evangélicos - digo: Jovens católicos não praticantes - embora, em minha opinião, eles devessem estar todos juntos e unidos, católicos (praticantes ou não), protestantes e evangélicos.

Um dos objetivos desse mega encontro é promover a comunhão e a unidade entre os jovens cristãos católicos, além de despertar o interesse dos jovens que ainda não se definiram por uma religião e também dos jovens "católicos não praticantes" - o Brasil é o único país em todo o mundo onde existem católicos não praticantes - a se decidirem pelo cristianismo católico romano, e diga-se de passagem, isso é uma ideia maravilhosa. O evento terá início na terça feira, mas jovens de todo o mundo já estão por aqui, espalhados por cidades  brasileiras como o Rio de Janeiro, São Paulo, Vitória... São esperado para todo o evento cerca de seis mil peregrinos espanhóis, quarenta mil peregrinos argentinos e outros milhares de peregrinos jovens pelo mundo a fora.

Essa é uma grande oportunidade para a igreja católica romana recuperar uma parte das forças perdidas ao  longo dos anos aqui em nosso país (embora talvez nunca venha recuperar tudo) penso que seria também uma ótima oportunidade das juventudes católica, protestantes e evangélicas se unirem em um só objetivo: Buscar os jovens que estão fora do bojo cristão e atolados no bojo das drogas, das bebedeiras, da violência, das prostituições e principalmente no bojo da criminalidade de uma maneira geral. Mas como sempre digo aqui: "A religião separa muito mais do que religa". O termo "religare" talvez sirva mais para as relações com o sagrado (relação vertical) - Deus para com a humanidade - do que para as relações humanas (relação horizontal) - a humanidade para com a humanidade.  


Uma coisa tem me preocupado profundamente: A violência das ruas! 
Não bastasse a violência cotidiana, que assusta e preocupa, agora temos também a violência predatória das ditas "manifestações" que abrigam bandidos e marginais mal intencionados. O Papa Francisco I não está preocupado com essa violência, tanto que vai desfilar em carro aberto e sem blindagem (confesso que isso me deixa em pânico). O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral disse que conta "com a população para ajudar na segurança do Papa". Eu nunca ouvi coisa mais ridícula e absurda em toda a minha vida! A presidente Dilma Roussef telefonou pessoalmente para o governador do Rio oferecendo  ajuda na segurança e o mesmo rejeitou a ajuda do governo federal dizendo que não precisa e que "está tudo sob controle, por enquanto". Claro que está tudo sobre controle, por enquanto... O Papa não chegou ainda. Temo pela segurança do Pontífice,  e pela segurança dos peregrinos turistas estrangeiros e brasileiros.


A semente do mal e da discórdia já começou a ser disseminada na internet: Os Ateus estão divulgando uma manifestação com um "grande desbatismo". Todos têm o direito de crer e não crer, todos têm o direito de se manifestarem, todos têm o direito de se batizarem e de se "desbatizarem". No entanto eu pergunto (sou o Teólogo das perguntas, pois tenho mais dúvidas do que respostas): O que o Papa Francisco e a igreja católica tem a ver com isso? Respeito os ateus e defendo o direito que todos têm de não acreditarem, mas essa ideia de protesto e de "desbatismo" é simplesmente ridícula e infantil, e para mim isso tem cheiro de confusão. Ninguém nasce crente, assim como também, ninguém nasce ateu. Nós aprendemos, geralmente com os nossos pais (ou com outras  pessoas), a crer e a não crer. Quando escolhemos não crer, automaticamente negamos aí, o nosso batismo (se fomos batizados). Então, é óbvio que não precisamos nos "desbatizar" (mesmo que seja uma ideia simbólica). Esse "desbatismo" não vai mudar nada na vida dos protestantes ateus e muito menos na vida do Papa Francisco, nem  no cristianismo e nem no catolicismo. Os protestantes ateus farão papel de bobos.

Outra semente maligna que está sendo disseminada na internet é a ideia de que mais de quatrocentos mil reais sairão dos cofres públicos com a vinda do Papa ao Brasil. Há no facebook uma foto com o Dalai Lama de um lado e o Papa Francisco I do outro, dizendo que o Dalai Lama esteve no  Brasil por mais de quarenta vezes, e que as despesas do Lama e de toda a sua comitiva foi "bancada" pelo próprio Lama. Isso me cheira a mais confusão e intriga. O governador do Rio, Sérgio Cabral alegou que há entidades estrangeiras incentivando as manifestações violentas pelo mundo a fora, e que essas entidades estariam agindo no Brasil. Penso que talvez esse seja o caso desse post no facebook, embora também, tenho outra teoria a respeito, que prefiro não dizer aqui para não levantar falsas calúnias pois não tenho certeza do fatos (é como eu disse em meu post  anterior denominado Você consegue imaginar a internet amordaçada?: "O que eu não quero que saibam eu não falo, não escrevo e não posto em meus perfis públicos").

O povo brasileiro anda  revoltado com gastos desnecessários e exorbitantes. Não sei se essa acusação de gastos com a visita do Papa ao Brasil procede, mas de qualquer forma, o povo costuma acreditar primeiro, quebrar depois e na maioria das vezes não questiona se é verdade ou não.  Vejam o caso dos quatro rapazes funcionários de um parque de diversões presos no sul do país, acusados de estuprar e matar uma adolescente: A população quebrou o parque todinho (e o dono do parque, por mais que os rapazes fossem culpados, não tinha nada a ver com o caso), e agora descobriu-se que os mesmos foram torturados para confessarem o crime. Os investigadores estão presos e o delegado está foragido. Mas ninguém vai retirar as pancadas que os rapazes receberam e ninguém vai restituir o prejuízo do dono do parque.



Existe uma ilustração para a pregação em sermões muito interessante, que vou resumir aqui: "Uma senhora procurou o padre de sua paróquia, chorando compulsiva e amargamente, muito arrependida por ter inventado muitas calúnias sobre a sua melhor amiga, apenas por vingança, depois de as mesmas terem discutido e brigado. O padre sabiamente disse para a sua ovelha: 'Apanhe um quilo de plumas bem leves, suba ao monte mais alto que encontrar, em um dia de ventania muito forte, e solte as plumas todas ao ar. Depois que fizer isso, volte aqui'. A mulher fez o que o padre pediu, e ao retornar o padre lhe disse: 'Agora volte lá e recolha todas as plumas. Não deixe uma para traz'. A mulher retrucou exclamando: 'Mas padre, isso é impossível!' Disse-lhe o padre: 'Assim também são as palavras, as calúnias, as fofocas, as intrigas e os boatos. Depois de lançadas, não se pode mais recolher. Vá e não peques mais'".


"Vá e não peques mais", é algo que não podemos dizer para quem criou esse post sobre os gastos com a visita do Papa ao Brasil, pois em muitos casos o inimigo não tem face e esse é um dos casos. Com certeza a intenção desse indivíduo (ou indivíduos) é inflamar a situação e semear a discórdia. Por isso não podemos contar apenas com a população para proteger o Papa, pois a população também está vulnerável nessa situação. Se não houver segurança suficiente para o Papa Francisco e para as suas ovelhas espero sinceramente que Deus os proteja e os guarde de todo o mal e de todos os maus que estiverem rondando por ali mal intencionados. Hoje quando se fala em manifestação no Brasil, eu fico com a "pulga atrás das orelhas". Não confio mais em manifestações pacíficas. E acredito que no caso da vinda de Francisco I ao Brasil, por si só já é uma grande manifestação. Uma grande manifestação realmente pacífica, organizada por jovens ordeiros e espirituais, preocupados com o mundo, com a sociedade e com as gentes. Jovens ainda (de uma certa forma) puros e inocentes. Esses manifestantes que lá se encontrarão são realmente pacifistas, católicos apostólicos romanos, que não estarão ali para quebrar, matar roubar e destruir. Eles estarão ali porque ainda acreditam em um mundo melhor. Estarão ali na esperança de que as pessoas sejam melhores e que não destruam o mundo que eles herdarão no futuro. Estarão ali por uma juventude melhor e unida. Fico muito feliz por eles, "porque os mansos herdarão a terra" (Mateus, Capítulo 5, Versículo 5).